terça-feira, 29 de julho de 2014

Tumulto na reunião no TRT? A má-fé dos patrões não tem limites

Na reunião ocorrida na última sexta-feira, 25, na sede do TRT da 4ª Região, em Porto Alegre, quando os patrões mais uma vez negaram a possibilidade de aumento real para a categoria, mantendo-se intransigentes, eles deram, mais uma vez, uma demonstração de que querem algo mais do que arrochar os salários dos trabalhadores neste dissídio. Inventaram um "factóide": de que após a reunião teria havido um tumulto nas dependências do tribunal. Esta versão absurda e mentirosa foi trazida para Caxias e dita nas rádios locais e outros veículos de comunicação. Fica a indagação: o que querem os patrões de verdade com este comportamento?

Matéria publicada no site do Tribunal Regional do Trabalho atesta que o encontro foi tranquilo e em nenhum momento aborda questões relacionadas a conduta do Sindicato dos Metalúrgicos. Confira abaixo o texto:



Diante de impasse, nova audiência de mediação com metalúrgicos de Caxias do Sul ocorrerá na próxima sexta-feira



Trabalhadores das empresas metalúrgicas, mecânicas e de materiais elétricos de Caxias do Sul e representantes dos empregadores não chegaram a consenso quanto ao dissídio da categoria, em discussão há dois meses. A tentativa de acordo foi feita durante audiência de mediação ocorrida na tarde desta sexta-feira (25) na sede do TRT da 4ª Região (RS). Além do índice de reajuste salarial, cláusulas de melhorias sociais, como auxílio-creche e instituição do vale-cultura, são objeto de discussão. O encontro foi conduzido pela vice-presidente do TRT-RS, desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse, no exercício da presidência da Seção de Dissídios Coletivos (SDC). Também esteve presente a representante do Ministério Público do Trabalho, procuradora-regional Beatriz Junqueira Fialho.

A proposta inicial do sindicato dos trabalhadores consistia em  13,5% de reajuste das cláusulas econômicas da norma coletiva da categoria, além de implementação do vale-cultura, ampliação da faixa etária dos filhos de quem recebe auxílio-creche para seis anos (hoje é de quatro anos e meio), abono das horas utilizadas no movimento reinvindicatório, entre outras vantagens. O sindicato patronal, por sua vez, oferecia índice de reajuste de 6,08% e manutenção das demais cláusulas da norma em vigor.

Após apresentação de propostas do sindicato de trabalhadores e contra-propostas das empresas, chegou-se a um índice final de 6,5% de reajuste das cláusulas econômicas, mas o sindicato dos trabalhadores manteve-se convicto na exigência da instituição do vale-cultura e da ampliação da idade para o auxílio-creche, além da instituição de um intervalo de 15 minutos a cada duas horas de trabalho, para higiene e descanso dos empregados. A prática foi utilizada no último verão, nos dias de calor excessivo. Os trabalhadores também não concordaram com o índice, sob o argumento de que o aumento real seria pouco significativo.

Diante do impasse, a desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse propôs a realização de nova audiência na próxima sexta-feira (1º de agosto), com intervalo de tempo suficiente para que ambos os sindicatos evoluam nas suas propostas e voltem à mesa de discussão.

O dissídio da categoria já foi ajuizado pelo sindicato das empresas. Caso as partes não entrem em acordo, as cláusulas da norma coletiva deverão ser julgadas pela Seção de Dissídios Coletivos do TRT-RS. O processo está em fase de instrução e ainda não há data prevista para julgamento (acesse a matéria: http://www.trt4.jus.br/portal/portal/trt4/comunicacao/noticia/info/NoticiaWindow?cod=942558&action=2&destaque=false).

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